Tive a oportunidade de acompanhar, em Porto Alegre, o lançamento oficial do songbook Tempo Rei, de Gilberto Gil. A publicação reúne cifras, letras e imagens da última turnê do artista, que tem circulado pelo Brasil celebrando décadas de música e história.

O evento realizado na quinta-feira (04), exclusivo e para poucos convidados, contou com a presença de Gil, de sua esposa e empresária Flora Gil, dos filhos Bem e José Gil e do diretor artístico Rafael Dragaud. A mediação ficou a cargo do designer e artista visual Daniel Kondo, parceiro de Gil em outros projetos editoriais.

Foi um encontro íntimo e inspirador, em que o público pôde mergulhar nos bastidores do show, conhecer como as relações familiares se entrelaçam ao espetáculo, refletir sobre os desafios de traduzir a energia do palco para o papel e sobre o impacto de um repertório que atravessa gerações.

“A minha obra passa a ser dos outros, da memória coletiva. Mas ela é essencialmente minha. Eu costumo dizer que componho e canto para mim mesmo. A primeira pessoa que me interessa como público sou eu”, disse Gil sobre a relação pessoal que mantém com suas próprias canções.

Lançado pela Gege Edições, o livro tem 96 páginas e estará disponível para o público durante todos os próximos shows da turnê, que começa pela capital gaúcha neste sábado (06/09), no Estádio Beira-Rio, e segue por São Paulo (17 e 18 de outubro), Rio de Janeiro (25 e 26 de outubro), Fortaleza (15 e 16 de novembro), Recife (22, 23 e 28 de novembro), Salvador (20 de dezembro) e Belém (21 de março).

No bate-papo, Gil também revelou sua preferência pelas músicas menos conhecidas do repertório:

“As músicas menos conhecidas, que em muitos casos – eu não diria na maioria, mas numa boa proporção – eram as canções que eu mais gosto, que eu prefiro, que eu escolheria para fazer o meu repertório. Mas eu dizia: eu não tenho que fazer um repertório para mim, e sim para a minha história de 50, 60 anos de trabalho.”

Além do lançamento do songbook, Gil recebeu em Porto Alegre uma importante homenagem: o título de Doutor Honoris Causa da UFRGS, reconhecimento à sua trajetória artística, política e intelectual.