Branco Mello está de volta aos palcos. O músico precisou ficar sete meses afastado, em razão de uma cirurgia para retirada de um tumor de hipofaringe. Ainda com a voz em recuperação, o cantor brincou com o público que esteve no Teatro do Bourbon Country no último sábado (25): “eu sempre quis cantar essa música assim (risos)”. Ele se referia a “Cabeça Dinossauro” (tem vídeo no meu insta: @camiladiesel_). Aplaudido de pé pelo público, Branco se apresentou ao lado de Sergio Britto e Tony Bellotto, no projeto Titãs Acústico Trio. Além de Porto Alegre, o Teatro Feevale recebeu a banda no dia seguinte.

Quem, assim como eu, foi ao teatro esperando relembrar sucessos do período do disco Cabeça Dinossauro ou mesmo as versões tão primorosas do álbum mais vendido da banda, o Titãs Acústico MTV, saiu de lá satisfeito. Teve “Família”, “Bichos Escrotos”, “Go Back”, “Flores” e uma porção de sucessos da banda quarentona.

Aliás, foram necessários 40 anos para que Bellotto se aventurasse em soltar o gogó. Cantou uma sozinho e algumas acompanhado pelos outros dois titânicos. A banda foi formada ainda por Beto Lee e Mário Fabre. O trio também executou canções da ópera rock Doze Flores Amarelas, como “Estupre-me”, em que, em tom irônico, assumem o papel de tantas mulheres violentadas e cantam suas dores. Bellotto explicou que entende o risco de extrapolar o lugar de fala, mas que acredita que o feminismo é uma pauta dos homens também.

Mesmo que não estivesse lotada, a plateia fez coro, dançou, se emocionou e celebrou o grupo que se prepara para lançar um novo disco com 15 faixas no segundo semestre. Acho bonito que a banda entenda e celebre seu passado ao mesmo tempo em que consegue seguir criando, compondo e cantando o hoje.

Confira a entrevista que fiz com o músico Tony Bellotto para o Set Guaíba, antes do show: